Foto: Samy Oliveira/Papo Gol |
Se o futebol moderno é
versatilidade e adaptação ao tipo de adversário e o que o jogo se pede, Roberto
Fonseca já chegou tentando implementar isso ao Botafogo.
Contra o embalado Campinense,
o time da capital teria a missão de fazer o que ninguém tinha conseguido:
anular a proposta de jogo do time de Francisco Diá, que, por mais conhecida que
seja, nenhum time na Paraíba conseguiu deter.
Sabendo que, na teoria, o
rival de Campina Grande entra em um 4-3-1-2 e que um desses três volantes recua
para a progressão dos laterais e variar para o 3-4-1-2, o comandante
botafoguense aproveitou as falhas que a variação proporcionava ao adversário.
O padrão de jogo implementado
por Diá dificulta compactar
linhas e marcar por zona. O sistema foi criado para fazer encaixe, ao menos na
última linha de defesa. E como também a maioria dos times agora têm um ou três
atacantes, vai faltar ou sobrar espaço demais na retaguarda.
Com isso, o 4-1-4-1
do Botafogo buscava fechar o meio campo com Guto e Nata, e os lados com Doda e
João Paulo abertos. Zaquel mais atrás na cabeça da área para executar a
contenção.
No frame, o flagra do 4-1-4-1 do Botafogo e o losango no meio campo do Campinense que se desmontava para a variação tática. |
Sem o controle do meio campo, o Campinense apostava na
velocidade de Reginaldo Júnior e Felipe Alves. A maioria das chances dos
atacantes foi resultado de enfiadas de bola na última linha de quatro
adversária que marcava em linha.
Mas o Botafogo aproveitou a velocidade de João Paulo em
contra-ataque e marcou o primeiro gol do jogo aos oito minutos.
Precisando do empate e com Luiz Fernando encaixotado na
marcação de Zaquel, o time de Diá tentava como Jefferson Recife e as
aproximações de Neto. Conseguiu o empate após pênalti em Felipe Alves e que o
mesmo bateu no final do primeiro tempo.
Compactação rápida, movimentação e ímpeto no 4-1-4-1 do Botafogo. O Campinense sem criatividade em campo. |
O contexto para o segundo tempo parecia ser aquilo que o
time de Francisco Diá queria. Adversário precisando do resultado e abrindo as
brechas para a velocidade de seu time.
Pelo contrário. O Botafogo saiu mais para o jogo, mas
manteve o bom nível defensivo. Tentou encaixar contra-ataques rápidos mas o
cansaço pesou. Com isso, Lucas Mendes, André Cassaco e Juninho entraram nas
vagas de Gustavo, Nata e João Paulo, respectivamente. O 4-3-3 foi estabelecido
e boas chances foram criadas para o segundo gol da equipe de João Pessoa.
Ainda sem criatividade no meio, as substituições não
surtiram efeito no Campinense. Diá lançou Renatinho, Túlio Renan e Leandro
Sobral nas vagas de Luiz Fernando, Felipe Alves e Neto, respectivamente.
Nenhuma mudou a cara do jogo.
A raposa seguia apática. Túlio Renan não conseguiu impor a
velocidade necessária no lado direito e Renatinho não conseguiu criar o que se
esperava dele. O time rubro-negro só teve mais uma chance real de gol, com
Negretti que chegou atrasado na bola.
O Campinense, após as mudanças, voltou ao losango no meio mas não conseguiu trazer tanto perigo. O Botafogo mudou o desenho tático. |
O resultado mantém os pés do Campinense no chão e abrem os
olhos de seu comandante para variar a forma do time jogar. O jogo na casa do
Botafogo será complicado, ainda mais com um técnico inteligente como Roberto
Fonseca.
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